Hugo Brazão
Toad on the Moon
de 27 de Julho a 31 de Julho
e de
1 de Setembro a 14 de Outubro de 2023
Abertura dia 27 de Julho das 15h30 às 18h30
Hugo Brazão (1989) é o artista da quinta exposição da segunda parte do projecto da Galeria da Casa A. Molder.
Toad on the Moon [Sapo na Lua] é o título da exposição, que o artista concebeu para este espaço.
De cores fortes e quase lúdicas, que muitas vezes associamos à Pop Art, em diferentes materiais como tecido, madeira, resina, pigmentos e lã, Hugo Brazão fala-nos do inevitável.
Toad on the Moon ou Sapo na Lua são esculturas, um clarão de cor com materiais que contrastam com o espaço da galeria: parado no tempo, de cores velhas e esbatidas como uma água parada, um lago que acolhe as suas peças. As duas esculturas, uma em tecido e madeira e outra em resina, pigmento e lã, contam-nos as maravilhas que se vêem na lua, esse satélite da terra tão a ela ligado como cobiçado. Os rostos que vemos na lua são, em muitas e diferentes culturas, silhuetas de animais. Por exemplo, na tradição chinesa o sapo, esse animal mal visto pelo Ocidente, ligado ao medo da escuridão, hediondo e desajeitado, é o animal que se vê na Lua. Uma deusa transformada em sapo depois de para lá ter fugido com o dom da imortalidade.
É um desenho do sapo, essa silhueta com as quatro patas no chão, que vemos em lã num circulo, dentro da peça de parede em resina, numa inusitada mistura de matérias, bordada por Hugo Brazão. Para além das maravilhas mitológicas, pensamos também neste “bom jardineiro” de má fama, como o sujeito das mais terríveis experiências científicas. E é aqui, na escultura de chão, que faz lembrar uma labareda de tecido com o seu interior lunar, que a analogia entre o sapo que vai sendo lentamente aquecido, adaptando-se às altas temperaturas que o vão exterminar, e a nossa situação na terra, ameaçada em crescendo pelo aquecimento global, é activada. O sapo na lua, deusa de luz reflectida, a lua associada às palavras loucura e louco, a irracional e esbanjadora vontade de voar até à Lua enquanto o paraíso terreno é destruído. Tudo isto é-nos mostrado por formas simples, plásticas e cores fortes, por materiais maleáveis que nos são próximos, tácteis e visualmente estimulantes, em desenhos que se evidenciam.
Hugo Brazão mostra-nos com algum deleite o apocalipse.
A exposição estará aberta ao público durante a semana, no horário da tarde da Loja: das 15h30 às 18h30, e aos fins-de-semana e Feriados por marcação. A entrada para a Galeria faz-se pela loja.
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